sexta-feira, setembro 07, 2007
Summertime
sexta-feira, agosto 31, 2007
Da Caros Amigos
A TV que não ensina a morrer por Marilene Felinto Por que que a droga da TV – do jornal e da revista – não aproveitou a desgraça com o avião da TAM no aeroporto de Congonhas, em São Paulo, a bola de fogo, o arrebatamento dos instantes, a fatalidade, a impotência humana sobre o tempo e o mistério, para tratar da efemeridade da vida? Por que a droga da TV – do jornal e da revista – não aproveitou para lembrar ao espectador que amanhã... morre-se. Simples: amanhã, morre-se. Amanhã: é fogo-fátuo. A hora era de filosofia, de meditação, não de politicagem oportunista, não de espetacularização da dor alheia, não de exploração de emoções baratas. Não teria sido melhor, menos desonesto e sórdido do que ficar tentando achar pêlo em casca de ovo para tentar derrubar (pela enésima vez) o governo Lula? Ora, o governo Lula é o melhor governo que o Brasil já teve, desde que eu me entendo por gente neste quase meio século da minha existência estúpida. Só os ricos não acham isso – a classe dominante, que segue mantendo sua “relação incestuosa” (Fábio Lucas) com a mídia rasteira. Por que a merda da TV não eleva o nível, não ajuda o povo a filosofar, a se entender a si mesmo e ao enigma do tempo, da origem e da morte? No caso do desastre do avião, bastava terem usado o formato “quiz show” (programa de testes). Eles não adoram show, espetáculo? Adivinhação: O que foi que se perguntaram, no último segundo, as pessoas naquele avião (se é que se perguntaram algo), senão: “Que é isto que eu sei sem que ninguém me tenha perguntado, mas que, se eu quiser explicar a quem me perguntar, eu não sei? A resposta é: o Tempo.” (Santo Agostinho, citado por Husserl – Edmund Husserl. Lições para uma fenomenologia da consciência íntima do tempo). É preciso, com urgência, matar, isso sim, esta imprensa, esta mídia da indústria cultural – esta que se manifesta mesmo é na manipulação dos conteúdos, que procede à mais devastadora despolitização da sociedade; esta que, no lugar de promover a formação e a participação política, opta pela imposição do consumo de espetáculos pré-fabricados (Fábio Lucas). O que virou a tragédia do avião da TAM senão um showzinho para o “Fantástico” da Globo? É preciso acabar com a Globo, com o jornal “O Globo”, com a “Folha de S. Paulo”, o “Estado de S. Paulo”, a Rede Bandeirantes e outros lixos como eles se apresentam hoje. Bastava a TV ter lembrado ao telespectador que é preciso lembrar-se de que o amanhã não existe! Outro dia mesmo morreu mais um aparentado meu em Pernambuco, Recife, aonde minha infância vai assim escorrendo feito areia fina por entre os dedos – e eu, aos choros, não consigo retê-la, detê-la, senão num punhado ralo, grãos que brilham e rebrilham na insistência da memória, apenas. Mas o resto (o material mesmo, os corpos, as caras, os cheiros das gentes da minha infância) escorre e vira pó – os velhos que vão morrendo, os parentes, os aparentados, os conhecidos. Eu mesma que sigo morrendo. Outro dia entrei num sebo aqui em São Paulo, cujo dono me conhece. Ele (um rapaz de uns
vinte e cinco anos) veio surgindo do fundo da loja, emergindo de entre pilhas e mais pilhas de livros velhos amarelados, enrugados, organizados meio sem ordem, e foi dizendo: “olha, hoje entrou um livro seu! (e citou o nome). Aliás, ontem entrou outro em que o prefácio é seu! E tem outro aqui (retirando o exemplar da prateleira e me mostrando) em que a revisão é sua!” Abri uma gargalhada diante do jovem de cara boa, bonita, risonha, metade da minha idade: “quer dizer que já virei mesmo objeto de museu, não é não?!”. Ele respondeu que aquilo, na verdade, era sinal de consagração. “Consagração, não. Esquecimento”, corrigi. “Tudo o que eu quero – esquecimento”, acrescentei. A mim, afinal, não me interessa mais a publicação de livros. Hoje eu só escrevo para mim mesma – e não há maior sensação de liberdade do que esta. Esta sensação de estar fora do sistema, de não ser refém nem do “mercado” nem da mídia podre. E eu só escrevo para ter contato com o outro tempo, o que a TV não mostra. Há outro tempo que a TV não mostra (é preciso, com urgência, matar a TV, a imprensa escrita etc.). Meu tempo não corresponde à marcação das horas, minutos e segundos, no relógio, disposto em dias, semanas, meses, anos, estações, ciclos lunares etc. Meu tempo é interior: ele desobedece ao relógio, flui dentro das personagens, como um eterno presente, um tempo-duração (Bergson), sem começo, nem meio, nem fim. (Massaud Moisés): “Dir-se-ia que o fim último, consciente ou não, de qualquer narrador consiste em criar o tempo. (...) Criando o tempo, o homem nutre a sensação de superar a brevidade da existência, e de identificar-se, demiurgicamente, com o tempo cósmico, que permanece para sempre, indiferente à finitude da vida humana; gerando o tempo, o ficcionista alimenta a ilusão de imobilizá-lo ou de transcendê-lo.” Marilene Felinto é escritora marilenefelinto@carosamigos.com.br
sexta-feira, julho 06, 2007
Do livro da Cia. dos Atores
Silvana Garcia comenta no artigo "Do coletivo ao colaborativo", sobre os coletivos da década de 70. "Em grande parte dos casos, o caráter heterogêneo, as diferentes origens dos integrantes do grupofazem com que a experiência coletiva seja em primeira instância uma experiência pedagógica. O grupo precisa construir e regular internamente um conhecimento comum, uma base de informações e noções partilhadas por todos. A maioria dos grupos fez do processo de criação também o processo de educação estética. Muitos começam armados apena da vontade de fazer teatro, sem saber muito bem como organizar o trabalho. A experiência do aprendizado dá-se muitas vezes, em primeira instância, pela via negativa: aquilo que não se quer, mais do que percepção de um caminho. Logo, porém, são definidas as proposições de uma pedagogia própria e elas podem chegar a formulações radicais."
domingo, junho 24, 2007
O ensaio de 23/06 foi musical
Teve show da Rebeca... ... e do Trio Los Angeles. Um argentino se surpreendeu.
terça-feira, junho 19, 2007
Notícias da Semana - 16/06
Homem das selvas é arremessado por entre as cadeiras por mulher enfurecida. Especula-se que o homem não quis comer o bolo de aniversário da própria filha. Mas fontes seguras dizem que a esposa confundiu bolo floresta negra com bolsa de couro. Começam os preparativos para o passadão de São João. Vai ter de tudo: muito bolo, muita música, cantora contratada, noivinha e até animais de estimação. Aguardem!
sexta-feira, junho 08, 2007
Vincent - Tim Burton
terça-feira, junho 05, 2007
Arte de escrever muito sem dizer nada ou Release Padrão
Estréia no próximo semestre em São Paulo a nova trama do grupo de teatro Sagomadarrea. O elenco encabeçado por Juliene Codognotto e Tarzan Corrêa é uma demonstração do vigor dos jovens da nova geração. O espetáculo mostra as trapalhadas de uma mulher em busca de sua independência. No caminho, encontra diversos conflitos que podem mudar sua vida. Será que ela se deixará levar por eles? Para realizar seu destino, nossa protagonista conhece Nelson, um rapaz de família disposto a conforta-la da melhor maneira possível. Ela resistirá a tal tentação? Entram em sua vida também Rebeca, mulher fogosa de uma voz encantadora; Bruna, menina perturbada por misteriosas criaturas; o médico, responsável e cativante; Sofia, mulher forte e desafiadora; além de muitos outros. A peça é estrelado ainda por Fabrício Muriana, Daniela Landin, Marcela Mastrocola, Chico Estrela, Sandrinha Souto e grande elenco.
domingo, junho 03, 2007
Notícias da Semana - 02/06
Menina de seis anos perde os cabelos rosas após girar desesperadamente em volta do próprio eixo e cair de bunda no chão. Apurou-se que o acidente ocorreu porque a senhora que tomava conta dela, achou que estava em um karaokê, e não deu atenção à menina. A assessoria de imprensa do grupo Sagomadarrea afirmou: "Foi um incidente isolado, fazia 15 dias que não tínhamos acidentes". Para entrar em contato com a assessoria, mande e-mail para: sagomadarrea@gmail.com. Pesquisa realizada recentemente diz que os casais de hoje em dia não possuem mais respeito mútuo e não se comunicam mais. Alguns homens chegam a ouvir mais as vozes saídas de aparelhos de televisão do que de suas mulheres. "Com um homem desses em casa, prefiro até sair por ai me satisfazendo com homens que conheço em bares", indigna-se uma esposa insatisfeita.
sábado, maio 26, 2007
Ensaio de 26/05
sexta-feira, maio 18, 2007
Notícia da Semana
Semana passada uma das atrizes da companhia Sagomadarrea de teatro teve seu rosto obstruído em material não divulgado enquanto servia um bule de café vazio a um de seus companheiros de cena. Ela não sofreu maiores danos e passa bem. Até agora, nenhuma queixa foi registrada. Para maiores informações, entrar em contato pelo e-mail: sagomadarrea@gmail.com.
sexta-feira, abril 20, 2007
Mais referências de cenografia
sexta-feira, abril 13, 2007
Referência de Cenografia: Bar
sexta-feira, março 23, 2007
Referência de criação de figurino
terça-feira, março 20, 2007
Eu sou real sim! - disse Alice, e começou a chorar.
- Ele está sonhando agora – disse Tweedledee. – E com que você pensa que ele está sonhando? - Ninguém pode adivinhar uma coisa dessas – observou Alice. - Ora, ora, é com você! – exclamou Tweedledee, batendo palmas triunfantemente. – E se ele deixasse de sonhar com você, onde é que você acha que estaria? - Aqui, no mesmo lugar, é claro – disse Alice. - Nada disso! – replicou Tweedledee com desdém. – Você não estaria em lugar nenhum. Pois você é apenas uma espécie de imagem no sonho dele! - Se o Rei acordasse – acrescentou Tweedledum – você se apagaria – puff! – como a chama de uma vela! - É mentira! – exclamou Alice indiginada. – Além disso, se eu sou apenas uma espécie de imagem no sonho dele, o que é que vocês são, hein? Gostaria de saber. - Idem – disse Tweedledum. - Idem, idem! – gritou Tweedledee. Lewis Carroll, Através do espelho e o que Alice encontrou lá
sexta-feira, março 16, 2007
Referência para criação de personagem.
Por alguma razão, hj acordei pensando que o cachorro que estou compondo é parecido com a Sofia Coppola.
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