No dia da última apresentação da peça, enquanto o público entrava no teatro e tomava seus lugares ao som de Billie Holiday e Ella Fitzgerald, eu fiquei um tempinho lá embaixo, como fiz na apresentação anterior, antes de subir para cuidar do som. Fiquei perto da escada que dava acesso ao palco, onde a platéia se sentaria. Várias pessoas estranharam o fato de terem de subir ao palco: algumas gostaram, outras relutaram. Teve gente que queria assistir das cadeiras vazias da platéia. Entre estas pessoas, uma menina que, quando expliquei que a platéia não oferecia visibilidade, me perguntou se precisaria mesmo subir no palco. Respondi apenas que sim, mas na verdade, minha vontade era de dizer mais, para todas aquelas pessoas:
Sim, você precisa. Felizmente. Não queremos que você seja apenas uma expectadora de nosso trabalho, queremos que seja cúmplice, participante, presente, próxima. Não precisa decorar papel, não precisa de figurino, não precisa nem sequer sair de sua cadeira ou banquinho ou colchonete. Sua participação é com sua reação, com seu envolvimento, você participa estando conosco e viajando conosco na história que vamos contar. E não há o que temer: o palco é a área iluminada do teatro, onde está a luz. É o lugar onde as ilusões se tornam realidade, onde as realidades se tornam ilusão, onde a criatividade pulsa.
Queremos compartilhar isso com você. Não fazemos questão de apenas entretê-la - nosso objetivo é envolvê-la. E para isso, você fica aqui em cima, no palco, conosco. De costas para a platéia vazia, fria e inanimada. Vamos demolir juntos a maldita quarta parede e expandir este espaço infinitamente. Isso é teatro: vivo, pulsante. E se no final nosso espetáculo não agradou, perdoe nossa imaturidade e nosso amadorismo. Esperamos conseguir envolvê-la com a magia do teatro em nossos próximos espetáculos. E para isso, esperamos que você esteja presente.
Comentários:
Sou a favor de na próxima apresentação obrigarmos o público a vestir um figurino especial.
Macacões...
Que macacões o quê!
Imaginem uma platéia repleta de pandas de pelúcia - com ou sem absorventes. Sem absorventes é melhor, pois economizamos nos sacos azuis gigantes.
meus pais ficaram com dores nas costas. meu pai tem problemas nas costas e ficou naquela banqueta la.. conforto 0, visibilidade ruim...
que bizarro a menina não querer subir no palco. por quê? aposto que se fosse assistir br3 ela não ia querer subir no barco.
haahhahahaa, o blogspot aqui na bolivia eh traduzido pro español... "haga su comentario" tive q comentar, to me divertindo com as coisas serem todas como em um filme latino... Ontem passou uma propaganda do simpsons na tv (cabo, como eles chamam acà) em español! huahuahuahuah... Ri muito! Saudades de voces! Besos!
Nati, baile con Paco.
Mas... o Paco não morreu?
quem é paco?
paco não morreu. apenas é um travesti. en argentina, achei bacana o gmail en español, mas aí eu logava e ele voltava pro inglês.